Feriadão prolongado chegando, muita gente de mala pronta, só contando os minutos para o fim do expediente de trabalho para pegar a estrada rumo ao litoral, interior ou mesmo alguns dias de descanso, relaxando na paz do lar doce lar.
Algumas pessoas, entretanto, nem fazem ideia do porque o 15 de novembro é uma data comemorativa do calendário nacional. Outros até sabem, mas conhecem pouco da história.
Para refrescar a memória, voltemos um pouco no tempo…
Nas últimas décadas do século XIX, o Brasil passava por um momento histórico. O úlitmo grande levante contra a monarquia, a Revolução Farroupilha, que teve seu berço nos estados do Sul – hoje conhecidos como Rio Grande do Sul e Santa Catarina – já tinha acabado a mais de quarenta anos, nos anos 1880.
Nesse período ocorreu a Guerra do Paraguai, que iniciou nos militares vitoriosos brasileiros uma simpatia pelo poder repúblicano centralizado. Ao mesmo tempo, os cafeicultores paulistas, que tinham enriquecido com suas fazendas e produções, não viam esse poder econômico se transformar em barganha política, pelo engessamento das decisões centradas na corte.
A sociedade média – jornalistas, estudantes, funcionários públicos, comerciantes, artistas etc – ansiavam por uma maior participação política. O império enfraquecia, frente as demandas econômicas e sociais de um mundo em transformação.
Em 1870, os simpatizantes da república se organizaram e fundaram um partido, lançando, no mesmo ano, o ‘Manifesto Republicano’. Os militares recém chegados da guerra criticavam o poder centrado na figura do imperador. A igreja, que havia perdido espaço para os maçons – grupo do qual D. Pedro II fazia parte – também se opunha ao Brasil império.
Um pouco depois, em 1888, veio o tiro de misericórdia. Com a assinatura da Lei Áurea, que proibia a escravidão no Brasil, assinada pela própria filha do imperador, Princesa Isabel, o movimento republicano ganhou mais força ainda, pois a corte era contra a lei, o que lhe impôs uma grande derrota política.
Foi só uma questão de tempo quando, em 15 de novembro de 1889, os militares, com o pretexto de que Dom Pedro mudaria os quadros da Guarda Nacional, sitiaram o Ministério da Guerra, no Rio de Janeiro. Sob comando do Marechal Deodoro da Fonseca, curiosamente, a intenção dos ‘milicos’ era apenas depor o Ministro da Guerra, mas a presença deles foi suficiente para dissolver o grupo de sustentação imperial, fazendo com que a República fosse proclamada.
Como adendo, vale ressaltar que, embora a sociedade já não desse tanta sustentação assim ao império, nossa República começou com um Golpe de Estado dos militares, e até hoje sentimos as consequências dessa ‘democracia militarizada’ que vivemos. Mas isso é assunto para outro post – e outro feriado.