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Geraldo Alckmin e a onda de violência em São Paulo

Autor: Diego Frederici 12 de novembro de 2012 0 Comentário

O ano não tem sido fácil para os moradores do Estado de São Paulo.

Já no início de 2012, em janeiro, o Brasil viu um dos maiores atentados contra os direitos humanos em sua história recente, quando, sob comando do governardor paulista Geraldo Alckmin, a polícia militar expulsou mais de mil e quinhentas famílias que ocupavam um terreno na cidade de São José dos Campos, deixando idosos, mulheres e crianças à sorte dos desabrigados e da falta de dignidade. A falta de moradias é, inclusive, um dos maiores problemas de São Paulo, com um déficit que ultrapassa um milhão de casas.

A desastrada ação na região conhecida como Crackolândia, na capital, em que a polícia – outra vez ela! – sob a batuta do governante do PSDB, unindo forças com a “cria” de José Serra, o prefeito paulistano Gilberto Kassab, dispersou os dependentes de drogas para outras áreas de cidade, sem nenhum tipo de orientação médica, psicológica ou social, colocou sob ele, mais uma vez, os holofotes do show de horrores da administração estadual.

A onda de violência que atinge o Estado, principalmente a região metropolitana de São Paulo, que este ano teve início em junho, vem assustando os moradores da unidade federativa mais “próspera” da união. Numa “polêmica” ação da Rota, o grupo de elite da Polícia Militar, em setembro, que resultou na morte de nove pessoas, incluindo gente que não tinha nem antecedente criminal, Geraldo Alckmin definiu bem a filosofia que permeia o grupo político o qual pertence, defendendo a chacina das forças de segurança, afirmando que “quem não reagiu, está vivo”. Um recado bem claro a quem quiser ouvir: cidadão paulista não pode mesmo reagir, de preferência, ficando quetinho, tremendo no seu canto!

Todos esses casos podem parecer isolados ao leitor mais desatento. Bem, nem tanto, na verdade. A característica comum que vemos nos Pinheirinhos, nas Crackolândias, nas ações policiais e etc, é que em todos eles houve participação direta do governo estadual, responsável pelo planejamento e execução destes episódios. Verdade seja dita, independente da posição ideológica do analista, elas refletem uma falência no tocante a políticas públicas de inclusão social, a raiz de todo problema derivado da violência.

Nesse sentido, não se engane ao pensar que há uma falha apenas nas políticas de segurança pública do Palácio dos Bandeirantes. O fato é que, politicamente, combater a miséria que produz assassinos, pcc’s, desabrigados, dependentes químicos e mesmo policiais que se encontram na linha de frente deste covarde e imoral jogo de bastidores, não é interessante para Alckmin, um homem ligado a conservadora Opus Dei, um dos grupos fascistas da igreja católica.

A blindagem à imagem do governardor, entretanto, não é tão a prova de balas assim. Umas das boas lições de 2012 é que o povo não é tão desconectado da realidade política como alguns querem. Não só pela população, mas para o bem de sua própria carreira como político profissional, Geraldo Alckmin deveria prestar mais atenção nestes sinais, a tal voz rouca das ruas, e deixar o medo, o preconceito e a incompetência de lado, pelo menos nesses dois anos que faltam para o fim do seu mandato.


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