Ano eleitoral é tão corrido, que a impressão que temos é que o tempo passa mais rápido. Mesmo sendo algo pessoal, se levarmos em conta que na próxima semana entraremos no penúltimo mês de 2012, alguns podem ter a percepção dos dias e semanas terem dado uma rasteira em nosso cotidiano. Para aqueles que se envolveram diretamente na disputa, apoiando um ou outro candidato, a compreenssão deste período pode ficar ainda mais ‘atrapalhada’, rendendo até uma ‘dorzinha de cabeça’, caso seu político preferido tenha se saído mal nas urnas…
Bom, findado primeiro e segundo turno, posições políticas, e apoios para a administração vencedora sendo negociados com as lideranças da comunidade, o que vem agora? Torcer por uma boa admnistração, que leve em conta as demandas sociais – como saúde, educação, transporte e emprego – para o desenvolvimento da sociedade como um todo? ‘Secar’ o eleito, e sua equipe, para perder força política? Deixar como está e esperar para, só daqui a quatro anos, responder a pergunta em forma do voto?
O entendimento que todos devemos ter, que serve não apenas para as eleições municipais, mas também a federal, com seus deputados, governadores, presidente e etc é que a eleição não é um fim. Os problemas da cidade – ou do seu estado e país – não se findam com uma campanha eleitoral vencedora ou perdedora, dependendo de sua orientação política e interesses. O voto da apenas direito à expectativa de apresentar um projeto político e administrativo que, pelo menos na teoria, resolvam os problemas da sociedade e, de preferência, mantenha os programas que funcionam e que trazem benefícios a população, independente de seus idealizadores fazerem parte de um outro grupo político.
O dever cívico do cidadão não se finda com o término da eleição. Podemos dizer que o ato de votar, e todo o evento logístico, midíatico e moral implicados na ação, é apenas um dos clímax da democracia. O verdadeiro papel dos habitantes de uma sociedade regida por regras democráticas que elegem seus representantes é fiscalizar e cobrar as decisões tomadas pela máquina administrativa, independente de quais sejam, e a que negociação estabeleceu-se com ambas as bancadas das Câmaras, de oposição e de sustentação.
Democracia é a junção de duas outras palavras gregas: ‘demo’ que significa povo, e kratos, que quer dizer poder. Engana-se, porém, os que pensam que esse poder é demonstrado apenas nas urnas. Toda reunião, ou agrupamento esporádico ou não, de pessoas, seja no campo real e, nos últimos tempos, virtual, pode ser também considerada uma demonstração de poder. E essa movimentação pode servir, dentre outras coisas, para expressarmos opiniões e projetos que julgamos importantes para a comunidade.
O prefeito eleito, e os vereadores, fatalmente irão aprovar estas propostas do povo. Por que? Simples. Se recusar as demandas apresentadas pela população, o político perde força, pois o voto daquele grupo que exigiu determinada demanda, ele não terá mais, correndo o risco até de ficar de fora administração, seja numa futura disputa ou mesmo num Impeachment.
Por isso, praticamente todo deficiência, que existe numa cidade, pode ser sanada pela força política do povo. Em termos práticos, um início viável pode ser a frequência das reuniões do orçamento participativo, no qual a prefeitura envia um representante para conversar com as lideranças dos bairros para se inteirar dos problemas daquele grupo social, apresentando os recursos disponíveis e dando a chance para as pessoas decidirem onde eles devem ser investidos. Muitas cidades já contam com esse canal de comunicação. Mas caso seu município não tenha, converse com seus vizinhos e amigos e proponha a criação de um grupo para discutir essas questões. Com o advento da internet, não precisamos nem sair de casa para fazer algo do tipo, ou seja, nem a preguiça ou a distância serve como desculpa para melhorar a vida da nossa cidade, não é mesmo?