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Mano Menezes é demitido da seleção brasileira

Autor: Diego Frederici 23 de novembro de 2012 0 Comentário

Para quem achava que a sexta-feira criaria apenas a expectativa de sempre, como o descanso do trabalho e as baladas que fervem hoje por exemplo, se surprendeu com uma notícia repentina sobre a Seleção Canarinho: Mano Menezes não é mais treinador do Brasil.

Aproveitamento de Mano Menezes na seleção

Após mais de dois anos de comando, quando estreou com vitória sobre os Estados Unidos, no dia 11 de agosto de 2010, Mano não teve um desempenho tão ruim nos jogos que disputou: foram trinta e três ao todo, sendo vinte e uma vitórias, seis empates e seis derrotas, um aproveitamento de 69,69% (número cabalístico).

Os motivos de sua queda, entretanto, vão além dos resultados

Andrés Sanchez, ex presidente do Corinthians, e atual diretor de seleções da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), disse em entrevista coletiva que as vitórias e derrotas do Brasil não pesaram tanto na decisão e que, apesar de ter sido voto vencido, ao defender a permanência do técnico, ele foi demitido por “uma série de fatores”.

É verdade que tivemos um desempenho ruim na Copa América, quando fomos eliminados nas quartas de final contra o Paraguai. Na Olímpíada deste ano, apesar de chegarmos a final, fomos derrotados pelo México. Mesmo assim, a impressão que se tinha, é que, embora não na velocidade que gostaríamos, a Seleção parecia atingir uma base para disputa de torneios mais importantes, como a Copa do Mundo, daqui a dois anos.

Nesse sentido, não podemos descartar uma decisão política. O atual presidente da CBF, José Maria Marin, nunca escondeu que, na sua opinião, Mano Menezes não era seu favorito. Como o ele havia sido escolhido para comandar o time pelo antigo presidente da instituição, Ricardo Teixeira, talvez Marin tenha pensado em ‘extender’ sua influência, apagando de vez a sombra do ex dirigente. Além disso, a saída de Mano também enfraquece Andrés, que fazia parte do grupo de Teixeira.

Bom, com tanta especulação e jogo de bastidores, parece que o torcedor, aquele que chora e torce ao ver na tela da tv os onze jogadores, que representam a nação e a esperança tupiniquim, e que tem papel importante na construção da nossa identidade como brasileiro, parece relegado, mais uma vez, ao segundo plano.

Falta de planejamento na seleção

Mais do que a queda ou os motivos que levam a este desfecho, chama a atenção a falta de planejamento e a ruptura de um trabalho profissional que, poderia até não ser o melhor de mundo, mas tinha um inegável potencial que parecia começar a se desenvolver.

Dia desses, ao ver uma entrevista de José Maria Marin, no programa Bem Amigos, da Sportv, achei interessante o dirigente atentar ao fato da CBF – que é a organização que faz a gestão política e econômica do futebol profissional do Brasil, incluindo a seleção – ser uma entidade privada, e não pública. E como toda corporação ela precisa de lucros, atende também a interesses não apenas de ordem política, mas financeira e etc.

Será esse o modelo de gerência ideal para nossa Seleção? Nada contra, mas com uma proximidade tão íntima que esta equipe de futebol tem com o povo, será que não há um problema de ordem estrutural, e não pessoal, nesse caso, com o treinador do elenco?

Quaisquer que sejam os fatores, do ponto de vista ético, seria interessante cobrar mais transparência da CBF, um orgão que, volta e meia, se envolve com escândalos de corrupção e favorecimento a empresários, independente da habilidade de seus jogadores. Assim, talvez possamos gritar “GOL!!” e “É CAMPEÃO!!” com mais emoção, e também mais frequência.


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