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Baixe o kit anti-homofobia feito por José Serra

Autor: Diego Frederici 17 de outubro de 2012 0 Comentário

As eleições na cidade de São Paulo tomaram outro rumo agora que o candidato midiático, Celso Russomano, contrariando as pesquisas de ‘respeitados’ institutos de estatística, que erraram na mosca, ficou de fora da preferência dos eleitores, que credenciaram José Serra (PSDB) e Fernando Haddad (PT) para disputarem o segundo turno na maior cidade do país.

Se antes havia um embate entre as propostas, com números e ações importantes, segundo a ideologia política e estratégica de cada coligação, vemos neste momento uma campanha apequenar-se e concentrar a discussão em torno de uma polêmica, e não da verdadeira natureza do problema que é raiz de muitos outros, quando leva-se em conta a falta de dignidade e perspectivas que assombram a vida dos mais pobres, ou seja, da maioria da população, neste município de país de terceiro mundo.

O candidato conservador José Serra, tal qual fizera com o aborto, quando disputou e perdeu a eleição para presidente, em 2010, usa uma parte da população históricamente reprimida, moral e fisicamente, para desqualificar a agenda de Haddad, ao relacionar o adversário com um projeto do Ministério da Educação que pretendia diminuir o preconceito nas escolas contra os homossexuais. Nessa época, o candidato a prefeito do PT era Ministro da Educação.

Chama a atenção, porém, que Serra, quando foi governador do Estado de São Paulo, em 2009, autorizou a elaboração de material semelhante, feito pela Secretaria de Educação. O projeto “Preconceito e Discriminação no Contexto Escolar” tratava de variadas formas de preconceito no ambiente acadêmico, incluindo a homofobia, e continha até mesmo o vídeo “Medo de quê?”, feito pela ONG ECOS, usado tanto na cartilha paulista, quanto no trabalho do MEC.

Apelidado de maneira perjorativa de “kit gay”, o tucano bem que tentou beliscar uma parcela do voto dos ‘fieis’, que barraram o material do Ministério Federal, dois anos atrás, ao dizer que ele incentivava a opção pela homossexualidade das crianças. Tese sem fundamento, nem base científica, que afirma que a heterosexualidade e a homosexualidade não são opções, o indíviduo já nasce com uma ou outra.

Bom, o fato é que, mais uma vez, o discurso religioso tenta pautar a política. Não devemos esquecer que uma sociedade mais justa passa, necessariamente, pela distribuição de renda. Quando vemos o acúmulo milenar de bens e capitais do cristianismo, tanto da igreja católica quanto dos evangélicos, devemos nos perguntar: será que essa tal distribuição, que irá diminuir o abismo entre ricos e pobres, é interessante para essas instituições? E como ficam os problemas de saúde, transporte, a violência e etc na ‘locomotiva do Brasil’? Será que uma polêmica alimentada por ódio e preconceito supera a falta de médicos ou a lotação humilhante do trem e do metrô?

Faça o download aqui do kit anti-homofobia de José Serra. Uma iniciativa louvável, não fosse o discurso racista de seu idealizador. Abaixo, você vê o vídeo “Medo de quê?”.


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