O drama envolvendo a garota paquistanesa Rimsha ganhou um novo capítulo neste domingo, 02. Segundo fontes dos serviços de segurança do Paquistão, o imã que acusou a menina de blasfêmia foi preso sob a suspeita de ter falsificado provas para incriminar a adolescente.
A reviravolta ocorreu depois que o juiz responsável pelo caso adiou para esta segunda-feira (03) a audiência prevista para decidir sobre a libertação condicional da menina. O magistrado teve dúvidas em relação a veracidade dos documentos apresentados ao tribunal.
Armação?
Em entrevista a agência de notícias internacionais, um dos investigadores explicou que o imã Khalid Chishti foi detido depois que seu vice, Maulvi Zubair, e outras duas pessoas declararam ao juiz que o religioso “colocou páginas do Alcorão entre as páginas queimadas trazidas a ele por uma testemunha.”
O ato também configuraria uma profanação do Alcorão. O imã, conta o investigador, teria justificado a atitude dizendo que “esta é a única forma de expulsar os cristãos dessa área.”
Trata-se do bairro de Mehrabad, nas proximidades de Islamabad, capital do Paquistão. Parece ter dado certo: com medo de represálias, muitas famílias cristãs já deixaram o local e os pais de Rimsha estão sob custódia.
Entenda o caso
Há duas semanas, Rimsha, que tem apenas 11 anos e é portadora de deficiência mental, está detida em uma prisão se segurança máxima por ter, segundo denúncias de vizinhos, queimado algumas páginas do livro “Noorani Qa¯da”, um manual de introdução ao islã para crianças que contém versículos do Alcorão. De acordo com as leis do Paquistão, a queima de versículos do Alcorão pode ser punida com prisão perpétua.