GF Noticias

Quando o cajado comanda o voto

Autor: Diene Batista 26 de agosto de 2012 0 Comentário

A prática conhecida como voto de cabresto assumiu a sua vertente religiosa. Trata-se do voto de cajado. Se em décadas passadas os coronéis garantiam aos políticos o apoio de quem estava sob seu domínio, atualmente líderes religiosos usam – e abusam – do prestígio junto aos fiéis para eleger seus candidatos. E não importa a cor partidária do “ungido”: ele irá ocupar espaço privilegiado no púlpito e ganhar uma campanha positiva ao longo do processo eleitoral.

Números comprovam esse poder eclesiástico. Levantamento feito pelo jornal Folha de São Paulo em julho, durante a Marcha para Jesus, mostra que o apoio de pastores pode influenciar direta ou indiretamente 65% dos que participaram do evento. Segundo a pesquisa, 31% dos fiéis afirmaram que o apoio dos pastores de sua igreja a um candidato a prefeito “com certeza” o levariam a votar nessa pessoa. Outros 34% disseram que “talvez” escolham seu candidato a partir da indicação dos pastores.

Campanha

De olho nessa barganha político-religiosa, integrantes da Rede Fale no Rio de Janeiro promovem a Campanha Fale Contra o Voto de Cajado. De acordo com informações disponíveis no site da entidade,  a mobilização tem o objetivo de ser  “uma voz ativa, durante o período eleitoral, contra a utilização dos espaços e posições eclesiásticas para a promoção inescrupulosa da política e manipulação dos rebanhos.”

Ainda segundo o texto, as atividades da Campanha Contra o Voto de Cajado serão realizadas por meio das redes sociais, com imagens, textos e vídeos que provoquem a reflexão. Fóruns e debates sobre a temática fé e política também devem ser realizados, mas não há data e locais definidos. A Rede Fale propõe que os participantes da iniciativa orem:

* pelos pastores e líderes, para que busquem uma vida de acordo com o que pregam sem o uso e abuso de sua função eclesiástica para manipular o rebanho em seus próprios interesses.

* pela conscientização da sociedade brasileira como um todo, para que haja libertação das amarras ideológicas construídas ao longo da História, reproduzidas de diversas formas para que tudo permaneça como está.

* para que os cristãos tenham voz profética para a transformação da realidade na qual estão inseridos, não suportando injustiças de todas as formas, corrupções e mentiras.

E você, internauta, o que pensa sobre o apoio das igrejas a candidatos? Deixe seu comentário! 


Publicidade